terça-feira, 3 de abril de 2012

COISAS DE MENINO


Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse a poesia, seria como um palhaço com um sorriso pintado de gauche nos lábios, porém sem alegria.
Ainda que eu me calasse diante das más línguas que me difamam, e não fosse feito do pó da poesia, seria como um verbo mal conjugado julgando o Verbo que me julgará um dia.
Ainda que eu possuísse um título de ph.D. voltado para a filosofia da comunicação, e não soubesse falar de poesia, eu nada seria.
A poesia é exorcismo, é alquimia; a poesia não está restrita aos acadêmicos, mas pertence a todos aqueles que lavam as palavras lavradas de magia.
Não se cala na presença de reis, mas Reis se cala em sua presença.
Tudo sofre, tudo crê, tudo narra, tudo espera, tudo suporta.
A poesia nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; mas ela continuará intacta.
Porque, em parte, conhecemos, e em parte poetizamos, mas quando vier o Poeta que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, sonhava como menino, criticava como menino, escrevia como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, graças a Deus que eu continuo com as coisas de menino.
Antigamente víamos o corpo da poesia restrita nas páginas dos livros, mas hoje podemos curtir o book de sua face no Facebook.
Agora permanece a tecnologia, a ciência e a poesia, estas três, mas a maior destas é a poesia.

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