quarta-feira, 30 de maio de 2012

SAUDADE




O sol se cansou e foi dormir.
A lua se cansou e foi dormir.
As estrelas se cansaram e foram dormir.
Já eu não me canso, porém estou dormindo.

domingo, 27 de maio de 2012

A ORAÇÃO DO CAMINHANTE


Leve-me, Deus meu, por um caminho que não tenha volta, cuja ideia de regressar seja definitivamente abolida. E quando eu der o primeiro passo, que eu possa aceitar as quedas do mesmo modo como aceito as ascensões, que eu possa dizer “sim” mesmo quando a covardia me obrigue a dizer “não”; que eu jamais leve em consideração as aparências e suas armadilhas – tão traiçoeiras e tão levianas! –, mas antes disso, que eu busque a verdade, mesmo que esta seja igualmente dura como todas as outras verdades.
Leve-me, meu Deus, por um caminho que não tenha volta, e quando eu der o primeiro passo – o mais difícil, porém inevitável –, que eu possa escutar a Tua voz dizendo-me: “continue, Meu filho, a estrada é longa”.
Que a estrada seja longa, meu Senhor, a ponto de eu pensar que não conseguirei percorrê-la até o fim, e quando enfim chegar ao fim – porque o fim sempre chega! –, que eu possa agradecer-Te por eu ter chegado aonde  cheguei. 
Leve-me, oh Deus, aonde eu deva ir. Amém.

SEGUIREI


Aprendi com Olga, com Milk, Sartre, Lutero, Cristo e Mandela a não me render. Portanto, desista: eu não desistirei!

PERGUNTA NORTEADORA


O mel das formigas é doce para quem?

SANGUE OU ESMALTE?


quinta-feira, 24 de maio de 2012

CRÍTICAS EMPIRISTAS


Tenho descartado todas as críticas que laçam sobre mim. Se houvesse pelo menos um pouco de solidez nelas, com certeza as ajuntaria para construir uma escada que me levasse aos céus. Mas são tão frágeis as palavras dos acríticos, que, acredite, nem ao inferno podem me transportar.
Definitivamente, não me perco mais na boca das pessoas. Nem me lembro se alguma vez já me perdi. Pelo contrário, encontro-me no silêncio delas, e é desse vago silêncio que nasce o grito de minhas críticas. Construtivas? Que nada: tradicional até o fim!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

SOBRE A POSSE DO DCE

Obs.: Clique em cima da imagem e leia a convocação.


Não vou emitir minha opinião a respeito do convite acima, entretanto deixo abaixo um pequeno questionário que nos serve de reflexão:

1º - Democracia? Que democracia é essa cuja eleição foi feita por “debaixo dos panos”?

2º - “Participação Estudantil”: onde e quando?

3º - “Nosso presidente eleito”: quem o elegeu? Havia concorrentes? Havia um concorrente pelo menos? Houve verdadeiramente uma eleição ou foi feito um "acordo" por parte dos interessados?

4º - “Iremos homenagear o ex-prefeito de Guarulhos”: a quem corresponde o verbo “iremos”? Quem vai homenagear? E por quê? Apologia partidária dentro de uma Instituição de Ensino Superior? Por que e para quê?

Ora, parece que as respostas não vêm, não é mesmo? Contudo, registro aqui as minhas saudações ao “presidente eleito”. Que seu “governo” seja próspero. Como dizia o Caio Fernando Abreu, “que seja doce”!

Obs.: Não anseio tal cargo, ok? Apenas questionei como aluno. Infelizmente ainda sou aluno dessa... Dessa o que, mesmo? Ah, deixa para lá...


domingo, 20 de maio de 2012

ENSAIO SOBRE O SILÊNCIO ACADÊMICO

Dedico este texto à Rita Cássia Cardoso Pina, pela sua ousadia e audácia diante dos alienados.
Em memória de Paulo Freire, aquele que jamais se silenciara diante da opressão.

“Já foi dito que palavras são mortais. Eu diria que palavras são incertas, mas as certeiras podem ser fatais.” (Marcelo Melo Soriano)

 “O teu silêncio é um leque – um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo.” (Fernando Pessoa)

Você já chegou a ponderar o fato dos mortos não falarem? É sério, esta questão tem me intrigado muito, e confesso que até me parece banal, mas não é! Pensando a respeito disso, depois de eu ter feito a faculdade, na qual estudo, de laboratório, ou, em outras palavras, depois de eu ter feito uma pequena análise sobre esse tema, utilizando, para isso, cobaias laranjas, cheguei à conclusão de que morrer é calar-se. Disto você não duvidava, verdade? Nem eu. Entretanto o ápice da minha “pesquisa de campo” se resume em comprovar que o inverso, ou seja, calar-se enquanto se está vivo, é apenas um ensaio para aquilo que, inevitavelmente, nos espera em algum ponto do tempo.
Assim como morrer é calar-se, do mesmo modo calar-se é morrer. E o que me parece mais triste, na vida, é isso: viver a própria morte.
O grande objetivo do opressor, além de alienar os seus alvos, é calá-los, até porque a opressão se abrevia a isso: SILÊNCIO.
Portanto, não se cale, por nada nem ninguém, afinal a nossa estadia por aqui é imprevisível e curta demais para nos permitir tal desperdício vocálico. No entanto, não fale tudo o que você pensa, falo isso porque se fôssemos dizer tudo o que desejamos, certamente iríamos passar uma temporada de férias na cadeia, ou em um sanatório – neste último caso até que poderia ser uma experiência enriquecedora, visto que estaríamos em contato com pessoas verdadeiramente normais.
Acredito que a reflexão-crítica, por parte do oprimido, voltado ao seu problema, constitui o primeiro passo rumo à liberdade; o segundo passo, em minha opinião, talvez seja a exteriorização dessa análise, o que pode ser feita por meio da escrita, do desenho, da linguagem corporal ou verbal, mas em todos esses casos a palavra ocupa o papel primordial diante da libertação do sujeito; não cogitei, o bastante, o que poderia ser a terceira etapa contra a opressão, porém atrevo-me a dizer que a união dessas pessoas, constituindo, desse modo, um só grupo, o grupo opresso,  juntamente com a coragem e a ousadia, constituem a chave que lhes tiram do poder do opressor.
Mais uma vez reforço a importância de não se calar: mesmo que você seja visto como o crítico-negativista-prepotente, fale! Fale sempre. Não venda a sua voz por nada, muito menos por um trabalho medíocre, um programa de caráter filantrópico, um artigo científico publicado em seu nome, balinhas, ou qualquer outra coisa que tenha a intenção de lhe silenciar. No capítulo 18, versículos 9 e 10, Atos dos apóstolos diz: “não temas, mas fala, e não te cales; porque Eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal.”
Por fim, cito uma frase de Renato Russo, encontrada na letra de “Aloha”, a qual sintetiza o que senti diante da análise acadêmica que fiz: “meus amigos parecem ter medo de quem fala o que sentiu, de quem pensa diferente, nos querem todos iguais, assim é bem mais fácil nos controlar, e mentir, mentir, mentir...”.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

LISTA LARANJA

Tenho a vaga impressão de que meu nome já se encontra inscrito na lista laranja da Anhanguera.

ALICES


É tão estranho ver uma laranja esverdeada! Vai ver que ainda não amadureceu, quem sabe... Mas mais estranho que isso é ver palhaços “acorujados”, corujas “apalhaçadas” e o Nemo nadando em ovos.
Eita!, se minha imaginação continuar fluindo nesse ritmo, vou criar a minha própria versão do clássico de Lewis Carroll, a qual se chamará “Alices no País das Laranjeiras” – vai vender como banana! Quem venha o Jabuti... 

CIRCO


Parece que quando a educação se transforma em circo, brincadeira e festa não há muito a ser feito além de pintar o nariz de vermelho (ou laranja: cada qual com sua gestalt!) e entrar de uma vez para essa dança.
É uma pena que minhas críticas enxergam essa palhaçada como uma esquiva behaviorista em prol da alienação, senão poderia das minhas mãos a essa corrente e brincar com todos eles. Confesso, porém, que me parece estranho ver palhaços sorrindo, mas gosto de rir dos risos destes.
Aprende, alienados, de uma vez por todas: professor que é professor não é Bozo e nem Chacrinha: É PROFESSOR!

CINISMO


Quando um indivíduo não sofre de amnésia ou mal de Alzheimer, eu deduzo que seu aparente esquecimento seja fruto do cinismo. Entretanto, há um limite até mesmo para o cinismo, embora não para o caráter.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

IMAGINAÇÃO


O que mais gosto é de estar acordado, ciente de tudo que me circunda, me olha e me toca. Hoje estou com tanta saudade de você que seria capaz de abrir mão desse meu estado de alerta só para te ter perto do meu travesseiro. Que pena que você é demasiado grande para caber dentro dos meus sonhos. Mas sonhe comigo, meu bem, tenho andado tão pequeno ultimamente, que certamente haverei de caber dentro de sua pobre imaginação sonolenta. Bons sonhos...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

AMOR SEM FORMATAÇÃO

Quero um AMOR desprendido das normas técnicas.
Faço questão que seja escrito em CAIXA-ALTA, negrito e sublinhado.
Itálico, não: chega de tortuosidades!
Não precisa ser justificado, muito menos centralizado,
Mas tem que andar na linha!
Espaçamento? Nada de 1,5 como impõe a ABNT¹,
Muito menos, ainda, recuo de 2 centímetros de um parágrafo para outro:
Apenas o bastante para separar nossos travesseiros.
A fonte? Ora, contanto que seja grande, não tenho preferência por nenhum tipo de formato específico:
Raramente a monotonia me atrai.
A cor? Nesse caso também não há relevância:
O arco-íris tem tantas cores, verdade?, nem por isso deixa de ser belo.
A margem? Ora, não há margens para o AMOR!
A pontuação? As reticências são o limite...



¹Associação Brasileira de Normas Técnicas.