sábado, 31 de março de 2012

PRODUTOS DO MEIO


Os seres humanos são produtos do meio social com datas de fabricação e validade. Entretanto, na maior parte das vezes, neste último caso, graças a Deus, não se tem ao certo consciência de sua perecibilidade.

sexta-feira, 30 de março de 2012

HIPÓCRITA CONCLUSÃO


Cheguei à conclusão que, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, a hipocrisia é inerente ao ser humano.

segunda-feira, 26 de março de 2012

BRAZIL COM Z


Já foi dito que educação é liberdade, mas parece que nem todos puderam ouvir. Talvez tenha sido por causa do barulho da tevê, que naquele momento devia estar anunciando mais um novo escândalo político ou mais uma nova propaganda capitalista; ou talvez seja por causa dos gritos da fome, das buzinas noturnas que seduzem as nossas meninas, dos ruídos dos facões ao cortarem sisal, das pisadas ao adentrarem os canaviais; ou ainda, quem sabe, tenha sido por causa do coral das britadeiras, que passam o dia entoando, com suas vozes agudas e sem jamais desafinar, a Canção da Construção – não aquela do Chico Buarque, mas a dos novos estádios para copa de 2014. Sinceramente, não sei. Mas se é mesmo verdade que a educação é liberdade, por que ainda é comum vermos nossa gente presa à miséria?
A resposta parece também estar presa em algum lugar desconhecido pela nossa limitada racionalidade – mas para que tentar entender aquilo que batizaram de “inexplicável”? Há coisas na vida que nem Freud explica, outras, porém, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê e acontece: BRASIL, SEXTA MAIOR POTÊNCIA ECONÔMICA MUNDIAL*. Fora isso, nenhuma outra novidade: a Saúde, a Segurança e a Educação permanecem hospitalizadas, dentro de uma UTI, logo após terem sido baleadas na saída da escola; a Fome ainda não estagnara seu crescimento, principalmente lá paras bandas do nordeste brasileiro e das grandes metrópoles; a Justiça, de venda nos olhos, finge não ver nada do que está acontecendo, e com sua balança desajustada nas mãos, vive dizendo que programas de caráter filantrópico têm o mesmo peso que políticas públicas.
Sei não..., mas se o país do futebol continuar chutando os livros e jogar as cartilhas do bê-á-bá para escanteio, pode crer: não abandonaremos por tão cedo os assentos dos últimos lugares no PISA. Contudo, vale salientar que alimento para cabeça não mata a fome de ninguém.
Bem..., se a educação é liberdade, eu não sei, mas se for realmente, então isso que temos no Brasil está muito longe de se chamar educação.

*PIB de 2011.



Baixe aqui esse arquivo em PDF.

terça-feira, 20 de março de 2012

UMA HISTÓRIA NEUROFONOPSICOPEDAGÓGICA

     Uma professora de Educação Fundamental I, sociointeracionista, responsável por uma classe com trinta e duas crianças, entre sete e oito anos de idade, pediu aos seus alunos que lessem a palavra escrita na lousa:


            Três quartos e meio desses alunos responderam, unissonantes:
            – Eu não sei ler, tia.
          – Tia, não! – berrou a sábia construtivista. E após se dar conta de que havia exagerado no tom de voz, explicou, afetivamente, como uma boa wallonionina: – É professora, meus anjinhos. Tia – continuou ela, interagindo como uma adepta do vygotskyanismo: – é a irmã da mamãezinha de vocês.
         – Pro – levantou, do fundo da sala, um brancinho raquítico – a letrinha do meio é o “U” do meu nome.
         – Muito bem, Huguinho, parabéns! – exclamou a professora, que nesse momento olhava para o restante da turma, como que vingada pela falta de “bagagem grafêmica” daqueles que se “negaram” a ler uma palavra tão bonita quanto aquela.
          Dois, de seus educandos, nada responderam: um tinha PC (Paralisia Cerebral) e o outro era cego (mas também, por enquanto – eu disse POR ENQUANTO! –, não sabia ler em braille). Porém, o mais extraordinário acontecera no momento seguinte: quando um aluno, capricorniano com ascendente em aquário, que se sentava sempre na frente – devido à sua deficiência –, falou:
         – Eu sei o que significa, professora – sua voz saíra um tanto grave demais, como se aquilo fosse algo novo para ele, e era! E toda a sala, com um olhar de espanto e admiração, se virou para ele (com exceção, apenas, aquele que não enxergava). E então, em ritmo descompassado e inquieto, ele continuou: – Significa mentira, ilusão, quimera, hipocrisia, senso comum, superstição alfabética e jogo político. Acertei, professora?
         Ora!, ninguém sequer ousara responder a sua pergunta. Nem mesmo a professora, ou tia, sei lá... E quem é que falaria mais alguma palavra naquele dia, depois de haver presenciado uma cena como aquela? Afinal, o tal menino era surdo nato. SURDO NATO, ouviu?! Mas a partir daquela hora, ele começou a falar, e a sala inteira ficara muda, inclusive a professora – algo que nem a medicina, muito menos a fonoaudiologia, tampouco, ainda, a psicologia (em exceção, apenas, a pedagogia) conseguem explicar.
         O tal fenômeno foi batizado de “cura construtivista com mediação neurofonopsicopedagógica”, e tem revolucionado várias áreas das ciências – inclusive a grade curricular de inúmeras universidades internacionais, como YALE, Harvard e Oxford.  
         Apesar do restante da sala estar indo super mal no que concerne às competências e habilidades em leitura e escrita, a professora continua com a aplicação de sua abordagem miraculosa: ela já consegue ver, pelos olhos de sua fé ferreiroteberoskyana, os seus outros dois educandos especiais curados de suas deficiências. Isso é que visão de futuro!

PACIÊNCIA

Você merece dois tapas, bem dados, na cara – e com a mão bem aberta! Mas eu sou tão tranquilo, né? Por isso me sento na arquibancada do teu circo e, pacientemente, espero a vida fazer esse trabalho sujo por mim.

domingo, 18 de março de 2012

BÁLSAMO


Palavra: arma mais poderosa criada e cultivada pelos homens. Em nome dela, muitos matam e justificam seus crimes. É por ela que vivo. Mas por ela, também, acredite: eu morreria feliz.

quarta-feira, 14 de março de 2012

DEUSA COM AR DE MENINA


Tentei fazer um poema em sua homenagem, não consegui.
Tentei um acróstico. Quase fluiu. Mas esse não registrava sua essência. E de que vale palavras sem âmago?
Tentei, depois, uma crônica: ficou demasiada acadêmica, e você não chega a ser tão formal assim.
Se soubesse desenhar, tentaria, na certa, mesmo que inutilmente, capturar sua alma. Porém a natureza não me concedeu tal dom.
Imprevisível e íntegra como és, talvez Vicent Van Gogh conseguiria pintar-te segurando aquele jarrinho de girassóis. Mas você, com certeza, acabaria roubando a atenção daquelas murchas florezinhas, e Van Gogh não é Van Gogh sem a atenção voltada para aquele mundinho amarelo, preso em uma modesta tela, cheio de vida e de sóis.
É possível que Joan Miró, por meio de sua arte, conseguisse dar vida aos seus sonhos de menina-deusa. Mas e seus sonhos de deusa-menina, quem os pintaria? Frida Kahlo? Tarsila do Amaral? Delacroix? Portinari? Picasso? Munch? Gauguin? Anita Malfatti? Não sei. Mas sabe de uma coisa, Lisa? Você é bem mais misteriosa que o misterioso sorriso da Monalisa. Se a Nobre Elisangela que eu conheço, Da Vince também conhecesse, aposto que ele nem teria pintado a Mona, só a Lisa, mesmo.
Creio eu, que dentro da Capela Sistina, você é um daqueles anjos, em volta de Deus, pintada por Michelangelo. Mas se tratando da sua luz e dos seus amores, nem Rembrandt, Frans Hals e Tintoretto, juntos, poderiam pintá-los melhor do que aquEle que coloriu o universo, e que, portanto, é o Senhor das cores.
Parabéns, amiga. Feliz aniversário!

quinta-feira, 8 de março de 2012

SAUDAÇÃO ÀS MULHERES


Do pé do fogão ao Palácio do Planalto. Décadas atrás, tal ideia se chamava quimera, hoje, porém, é fato.
Mulheres..., quem desvendará os seus mistérios?
Quando aparentam fragilidade, fortes estão; quando bradam seus gritos retumbantes, frágeis se encontram; hora são Olgas Benários, hora são Paulas Fernandes; hora são Fenandas Montenegros, hora são Fridas Kahlos; hora são Joanas D’Arcs, hora são Clarices Lispectors..., mas sempre são elas mesmas, entende?
Mulheres..., quem tocará na essência intangível de vocês?
Quando damos chocolates, querem perfumes; quando damos perfumes, querem sandálias; quando damos sandálias, querem livros; aposto que se déssemos livros, quereriam flores – é por isso que eu sou a favor de dar logo um cartão de crédito.
Afinal, além dos nossos dedos anulares, o que vocês realmente querem?
Se saímos para jogar uma pelada, levam tudo ao pé da letra; se adiamos o sagrado futebol dominical em prol de um joguinho a dois, se recusam a ficar peladas.
Mulheres..., dizeis-nos logo, de uma vez por todas, o que vós quereis!
Se fazemos uma piadinha qualquer para ver os vossos sorrisos, já falam que levamos tudo na brincadeira; se ficamos em silêncio por mais de cinco minutos, perguntam logo se o gato comeu a nossa língua. Quando nos propusemos a pagar a conta da pizzaria, já gritam alto, fundamentadas de feminismo: “vamos rachar ao meio, somos independentes!”; se sugerimos uma possível divisão da mesma, carinhosamente já nos batizam de insensíveis gigolôs.
Mulheres..., seres humanos ou extraterrestres?
Se chegamos um pouquinho mais tarde em casa, reclamam do nosso atraso; se chegamos um tanto mais cedo, reclamam da antecedência; se chegamos na hora certa, reclamam da nossa pontualidade.
Ora! Que diacho sacia vocês?
Quando entram em uma briga de verdade, são capazes de enfrentar até seus piores inimigos: as horrendas baratas. Quando as vemos de longe, tão delicadas e angelicais, nem conseguimos vislumbrar as feras que são na cama. Mas quando estão umas feras, é melhor nem vislumbrar.
Mulheres..., de TPM..., nem Freud explica; de livros nas mãos, condicionam até os behavioristas; de olhar doce e complacente, são mais belas que a Constituição.
Mulheres..., donas do sexto sentido e de nossa admiração, que mais desejam da vida?
Reis, diante de vossas majestades, não passam de bobos da corte. Por mais inteligentes e espertos que formos, em frente a vocês não passamos de garotos.
Mulheres... Partiram para luta, gritaram alto, enfrentaram a sociedade machista e hoje são o que são: gigantes pela própria natureza.
E eis aqui, com todo carinho e fascinação, minha singela homenagem a todas vocês.
Parabéns!