domingo, 29 de agosto de 2010

Sim, sou um rei

Um rei será sempre um rei,

Não porque ele sonha em ser,
Mas porque acredita que pode.
Não precisa de grandeza para ser grande;
Não é necessário impérios para imperar;

Não é de suma importância possuir castelos,
Mas é preciso ter a audácia de erguer um
Com as pedras que são atiradas ao longo do dia.
É tão bom levantar um castelo com as nossas próprias mãos!
É tão gratificante transformar as críticas em elogios!
É tão maravilhoso olhar nos olhos de quem nos critica
E ver que não passam de bobos da corte!
Um verdadeiro rei é aquele que sabe ensinar verdadeiros ensinamentos
E que sabe aprender com o aprendizado dos aprendizes.
É tão inexplicável ser rei,
Mas as pessoas sempre buscam explicações para tudo,
Vai ver que é por isso que se decepcionam com tudo,
Pois nem tudo precisa de uma explicação.
Se todos pudessem ser reis de si mesmo
Seriam não apenas reis, mas escravos alforriados.
Há quem me julguem louco, idiota e ridículo,
Mas eu não sou o que pensam nem o que falam,
Sou o que eu acredito ser!
Sou aquele que carrega a coroa, não somente sobre cabeça,
Mas também dentro do coração
(Porque mãe não se leva em qualquer lugar).
Apesar das explicações que nada explicam,
Tenho três certezas:
Dentro do meu coração há a coroa que me dá forças para lutar,
Acima de mim há o céu
E acima do céu há um Rei que deu a sua vida por me amar.
Sim, sou um rei sem reinado reinando no reino dos sonhos.
Sim, sou eu mesmo: não apenas o Edvaldo dos Reis,
Mas o pequeno grande rei.

Fui feliz...

À minha maninha, com muito amor.

Sei que fui feliz em um tempo que se foi, mas a minha felicidade não se fora em momento algum, porque eu é quem fui embora. E a minha felicidade continua lá, na mesma casinha, no mesmo lugar.

Às vezes ela chora quieta, sozinha, bem baixinho... Tão baixo que ninguém a escuta, mas eu sinto as suas lágrimas escorrerem por sua face e depois ela as enxuga e sorri novamente.
Acho que ela tem medo de alguém vê-la chorando, mas todo mundo pode chorar, inclusive a felicidade.
“Não temas as lágrimas”, foi o que as suas lágrimas me disseram no dia da minha partida. E hoje eu te digo o mesmo: “não temas as lágrimas, pois sem ela não existiria a felicidade nem o consolo”.
“Feliz de quem sabe chorar”, disse-me uma vez a Rosa que não chora. E agora eu sei que não são só as lágrimas que são sábias, mas o teu sorriso também, porque ele me ensinara não somente a sorrir, mas a chorar sorrindo.

Não duvide das minhas asas

Eu te amei em um tempo que se foi;
Em um tempo em que éramos mais que amantes;
Em um tempo em que a amizade se confundia com o amor;
Em um tempo em que tudo entre nós era permitido...
Eu te amei sem saber direito o que era amar,
Mas talvez se soubesse não seria amor,
Simplesmente porque amor mais sabedoria é igual a filosofia,
E filosofar eu só aprendi depois que esse tempo passou.
Eu te amei com toda sinceridade de um amigo;
Eu te amei quando o meu coração ainda estava virgem,
E tu, sem nenhum escrúpulo, penetraste nele e o deixaste sangrando.
Eu te amei sem me importar com o futuro;
Eu te amei sem me recordar o passado;
Eu te amava mais a cada dia, a cada hora,
E me esqueci que tudo o que começa errado tem a hora certa para acabar.
Mas será que amar é mesmo um ato errôneo?
Não sei, o que sei é que deixei o meu relógio parado, não me lembrava que era necessário trocar a pilha...
Mas o tempo não se esqueceu de absolutamente nada,
E nem por isso ele deixou de correr.
Sim, o tempo correu...
Correu por uma estrada sem se quer deixar rastros,
Talvez porque o tempo não tenha pés,
Talvez porque o tempo tenha asas.
Não, eu juro que eu não sei por onde ele correu,
Mas para que eu haveria de saber?
Sim, eu te amei durante todo esse tempo,
E nesse tempo todo eu só sei direito que eu te amei.
Mas eu aprendi algo muito importante com o tempo...
Um dia ele veio até mim e disse:

– Então tu não sabes que sou eu quem rege o universo? Tu não sabes que eu controlo tudo? Quem é que permite que as feridas sejam abertas? Quem é que as cicatrizam? Quem é que permite o tempo de estiagem e o de chuva? Quem é – se não eu – o maior de todos os sábios? Ah, coitado dos homens... Eles pensam que podem me prender nas suas ampulhetas e nos seus diversos relógios... Engana-se que pensar que pode me conter: eu sou livre.


Aquela conversa, apesar de interessante, já estava me deixando sem tempo, porque eu não sabia quanto tempo já tinha demorado o nosso diálogo. Mas o tempo, muito sábio, percebeu a minha aflição e logo me respondeu:


– Tenho que ir: há muito a fazer, há muito a ser feito. Tenta aprender o meu aprendizado e tenta esquecer um pouco o passado. Tu tens um futuro pela frente e não deves jamais desperdiçar o presente. Em breve nos cruzaremos novamente, porque eu estou te esperando lá adiante... Tenta ser como eu: livre.


E ele se foi, mas não como foi o meu amor, porque o tempo se despediu, o meu amor, não.
O tempo se foi por um caminho que eu não sei aonde vai dar...
O meu amor seguiu um caminho que eu jamais seria capaz de seguir.
Mas sigo também na estrada a procura do tempo,
Mas não andando: eu também aprendi a voar!
Eu tenho voado por cima das minhas dores,
Eu tenho ultrapassado os meus próprios limites,
Mas falta-me ainda a liberdade...
Você pode duvidar de tudo: de mim, do meu amor, do tempo, da nossa conversa, dos caminhos... Mas não duvide do poder das minhas asas.
Ado Reis

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

SOS: o mundo pede socorro

Se eu pudesse falar ao mundo inteiro o que o meu interior insiste em gritar, eu ficaria em silêncio para que o mundo escutasse o que um coração teimoso teima em dizer.
Neste momento em que você ler esta pequena crônica, milhões de pessoas estão sem teto, outras com fome, frio, desempregadas, atribuladas... Aí você se encontra frustrado (a) porque minutos atrás você abrira a geladeira e não achou nada que agradasse o seu paladar, você se acha indignado (a) porque o seu carro já está ultrapassado, porque a sua casa está precisando passar por uma nova decoração e nesse momento você não pode gastar dinheiro com ela, você se diz cansado (a) porque não conseguira dormir às oito horas de um bom e saudável sono, você está triste porque não tem conseguido aquela promoção que tanto tem esperado (a), aquela viagem que foi adiada, aquele e-mail que não chegara... Poxa, você está mal: está tudo dando errado com você!
Não, com você não está dando tudo errado, porque você tem o que comer na hora certa, tem uma cama para dormir na hora certa, você tem um teto que lhe livra do incerto, você tem o seu cartão de crédito e tem o final de semana vago para ir ao shopping... É..., parece que a sua vida não anda tão mal, você parece até um norte-americano (a) que vai as compras depois de ouvir no noticiário o que o presidente falara:
- “Vão as compras!”
Sua vida anda tão mal?
Pense... Repense... Pergunte-se... Questione... Compare... Reflita...
Você é um (uma) privilegiado (a): neste exato momento existem pessoas passando por grandes dificuldades e você pode ir às compras! Isso mesmo: gaste, compre, consuma: a moda agora é gastar!
Você não vai querer ficar fora da moda, vai? Não, você não vai! Você, fora da mora? Desatualizado (a)? Não, você não!
Nesta hora, o meu desejo era poder gritar aos quatro ventos o que a s minhas palavras irão dizer agora:
SOS, o mundo pede socorro!
As minhas palavras não sabem muito gritar, elas são educadas, suave, raramente sussurram... É, vejo que o que elas acabaram de dizer não fizeram nenhum efeito: o mundo permanece o mesmo, você permanece aí, no mesmo lugar, com os mesmo pensamentos, escutando o silêncio das minhas palavras!
Mas será que as minhas palavras são mudas? Será que elas não te disseram nada? Será que elas não mexeram um pouco com a sua cabeça? Isso eu não sei, mas sei que o mundo pede socorro!
Agora fica aí refletindo um pouco enquanto eu vou às compras: eu também tenho que ser um homem atualizado!

  Ado Reis

O tempo

Estou aprendendo que as coisas duram o tempo que devem durar.
Esses dias uma das minhas pulseiras quebrou e eu cheguei à conclusão que ela durou o tempo que deveria durar.
Já deixei de falar com algumas pessoas simplesmente porque o tempo não mais quisera que o timbre da nossa voz se misturasse; tenho mudado os temas dos meus poemas porque o tempo me mostrara que há muitas outras coisas para eu escrever.
Eu tive que aprender na marra que os bens do coração quando se vão, dificilmente voltam. Mas foi nesse mesmo tempo que eu aprendi as terríveis regras do amor, e não me tornei terrível por aprender isso.
Reforçando o que eu já falei, tudo dura o tempo necessário que deve durar, e esse tudo abrange dor, amizade, amor, saúde, doença, carreira, fama, paz, guerra...
Sempre ouvi da boca dos outros aquela frase que todos dizem: "o tempo cura tudo", mas nunca entendia direito o porquê. Agora eu sei que o tempo cura tudo porque na verdade é ele que deixa tudo acontecer.
Ado Reis

A minha graduação

Meu avô sempre quisera que eu fizesse o curso de direito; eu queria biomedicina; Deus me deu a minha bolsa de pedagogia. Qual dos três é o melhor curso para mim? Disso eu não tenho dúvidas: é o que Deus me dera.
Hoje a minha professora falara algo que eu achei muito lindo: ela disse que a educação transforma vidas, e eu acredito nessas palavras.
Ado Reis

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Minhas poucas certezas...

Não sei direito quem eu sou, mas sei que sou alguém.
Sei também do que gosto e mais ainda do que não gosto.
Gosto de ser alguém, mesmo não sabendo direito quem sou.
Gosto de existir... Sim, eu existo!
Existir vai além de apenas ser, é mais do que querer, mais que viver...
Viver para mim é escrever. Escrever para mim é tudo!
Tenho a plena consciência que tudo é muito, mas quem disse que gosto de pouco?

Não, eu sonho alto, grande; meus sonhos são enormes, imensos...
Às vezes de tão grande, chegam até ser inalcançáveis, mas se eu quero, eu alcanço.
Amo as palavras... Amo quase todas...
Já me fizeram chorar com palavras que nunca deveriam ser ditas, mas chorei somente naquela tarde. Recompus-me do choro e no outro dia subi no palco, dei meu show e enquanto eu sorria, uma platéia me aplaudia de lágrimas nos olhos. Isso para mim é luta, garra, perseverança. Desistir do que eu quero? Jamais, nunca! Também já deixei pessoas que eu amo chorando com palavras que o silêncio se encarregou de dizer, eu não sabia o que falar naquele dia, e quando não se sabe é melhor calar...
Felicidade para mim é deixar alguém feliz com a felicidade das palavras. As palavras saem da minha cabeça e se transformam em emoção com um simples toque de uma caneta em um papel. É... Minhas mãos são mágicas!
Com a força você pode até me impedir de fazer o que eu quero: sou fraco.
Com um grito você pode até fazer-me calar: sou medroso.
Mas jamais poderá parar as minhas mãos, conter minhas palavras e gritar com a minha inspiração, porque isso vem de Deus, e com Ele ninguém pode!
Se acha que pode, tente então impedir as minhas mãos, pois somente nesse dia eu deixarei de escrever, de existir, de ser, de viver...
Ado Reis