Se eu fosse
a Igreja Católica eu canonizava os santos de verdade, sabe?, não os genéricos...,
a começar por Renato Russo e Cazuza, os santos dos rebeldes; também tornaria
oficialmente santos Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector, sem esquecer,
todavia, de Paulo Coelho e J. K. Rowling
– os santos dos bruxos e simpatizantes do misticismo. Minha bênção também
se estenderia radicalmente um pouco mais adiante, consagrando Saramago, Sartre,
Nietzsche, Freud e Marx como os representantes santificados dos ateus; quem
sabe, ainda, Raquel Pacheco, a Virgem das Surfistinhas – esta seria deveras
venerada. Não poderia também esquecer-me da Madre Coralina, a humildade e a doçura
dos seus versos me remete à Irmã Dulce e à Teresa de Calcutá. Roberto Freire ficaria
incumbido de proteger os coiotes; Paulo Freire e Cristo, por sua vez, guardariam
os oprimidos; Quintana, Drummond, Camões, Baudelaire, Pessoa e Vinícius de
Moraes amparariam os poetas.
Um dia
pretendo criar a minha própria Igreja Católica, mas não terá bispos nem papas,
talvez, na mais remota das possibilidades, padres, e canonizarei todos os que
milagraram lágrimas e risos, e dores e amores...
Santos, a meu ver, são todos aqueles
que conseguem operar milagres com as palavras.
Olá! Achei lindo seu blog, e esse texto espetacular... Sentí muita entrega em seus escritos. Espero sim que possamos nos conhecer melhor! Abraçoo!!
ResponderExcluirObrigado, Vanessa, pelo carinho e comentário. Vamos nos conhecer melhor, sim, você vai ver.
ResponderExcluirBeijo.