Depois
de tanto tempo parado, volto a escrever. E assim executando este meu hábito diário,
percebo que as minhas palavras estão mais pesadas do que nunca.
Não
vos deixeis, entretanto, levar-se pelos meus pensamentos pedregosos – eles são
assim: duros feito pedra.
Não
vos aceiteis, em hipótese alguma, que a dureza do meu coração impeça-lhes de
enxergar o que há de bom nele: as pedras.
Não
vos entristeça, mesmo se isso ocorrer no mais triste de todos os dias tristes,
se os meus poemas resolverem petrificar o vosso coração: eles nasceram das
pedras.
Não
estranheis se, por acaso, as minhas críticas lhes parecerem demasiada duras a
ponto de te machucar: elas foram fecundadas no útero de pedra dos meus poemas.
Não espantei-vos quando lhes digo que
faço PEDRAGOGIA: é que o trocadilho condiz tão bem com o meu curso, que eu
resolvi rebatizá-lo assim.
E assim sempre foi a minha vida: pedras
para lá, pedras para cá; escalando montanhas de pedras, deixando que as pedras me
escalassem; conversando com algumas aqui, escutando outras acolá. E no silêncio
das pedras, aprendi a escutar as suas vozes que insistem em me dizer:
–
Seja duro, forte e firme.
Entretanto, elas nem sempre são sinônimos
de fortaleza: até mesmo as pedras choram no silêncio da noite.
você sempre arrasando parabens
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