Dedico este poema à Neta.
Em memória de Ícaro.
Através da janela eu via, ouvia,
sentia.
Através da janela eu olhava,
observava, chorava.
Através da janela eu sentia,
compreendia, sofria.
Através da janela eu calava, arfava,
orava.
Lavei-a com minhas lágrimas naquele dia,
Depois a sequei com o meu silêncio
que falava,
E ele falava de uma louca chamada Nostalgia
Que fugira do manicômio que a
atormentava.
Que triste destino é o dela que
morrendo, vivia;
Bem parecido com o da mãe que em
silêncio, gritava.
Sim, ela gritava para não escutar o
silêncio que a afligia,
E o seu grito mudo, não tão mudo
assim, me incomodava.
Através da janela as suas lágrimas me
entristeciam;
Aquelas lágrimas de mãe órfã era um
banho que a vida lhe dava.
Mas desse banho ninguém quer tomar,
ela também não queria,
Mas a vida não lhe perguntou se queria, e no mar de lágrimas ela mergulhava.
Sem querer, mergulhei também em seu
dilúvio por muitos e muitos dias,
E naquela chuva de lágrimas eu vi que
a sua dor aos poucos se amenizava,
E quando passa a chuva, logo nasce um
arco-íris trazendo de volta a alegria,
Uma alegria diferente da que já
provara, mas isso aos poucos lhe confortava.
Nunca mais tornei a passar por aquela
triste janela,
Que me serviu de óculos para a minha
miopia,
Mas sei que o sal dos meus olhos de
solidificou nela
E ainda traz marcas daquele marcável
dia.
E aqui estou eu trazendo-lhe minha
poesia,
A qual não sabe um terço do que a vida
lhe fez passar,
Mas abrace-a como o seu filho lhe
abraçaria,
Com um daqueles abraços que só os
filhos sabem dar.
Fala
ResponderExcluirCátia diz :
-Ed para quem
Ed responde :
-Para um garoto com leucemia
E um Silencio Invadiu o ambiente mais improvável...
Você agora conseguiu me deixar em silêncio... ... ...
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