quarta-feira, 18 de julho de 2012

JHONE

Faz poucas horas que ele saiu de casa e já sinto uma saudade enorme, é como se alguém tivesse me tirado um livro que li, reli, grifei e guardei em minha estante. Ele se foi. Foi para a Bahia, brincar nas terras secas de Várzea do poço e fazer chover a alegria.
Não existe nada nesse mundo igual a ele, e sei que, para quem não o conhece, pode até parecer extremo exagero de minha parte, mas falo sério.
Freud foi enorme; Jung, um gigante; Reich, um visionário; Marx foi imenso; Einstein, um louco brilhante; mas Jhone é maior que todos estes, porque respira pureza.
Não sei se Jhone é uma criança com a racionalidade de um adulto, ou se é um adulto no corpo de uma criança, porque, ouvindo-o falar de suas teorias, não me parece ter apenas oito anos de idade.
Ele é puro, mas não é tolo; é vaidoso, mas não metido; é teimoso, mas sabe reconhecer seus erros; é sensível, mas não é fresco; é crítico e irônico, mas não é arrogante e prepotente; é geminiano, mas não demonstra ter dupla personalidade.
Pensar e ir são os seus verbos, e até sobre o Verbo ele já formulou suas próprias hipóteses. Amo o meu Deus de todo o meu coração, mas ultimamente tenho preferido Jhone, porque, para mim, ele é mais puro e nítido, e a obscuridade do Criador me incomoda e O afasta de mim.
O amor que sinto por Nonô é diferente de todos os outros que já provei: não é apenas amor de amigo, nem amor de primo, muito menos amor carnal: é diferente, e puro e belo e simples. Nem sei mais do que estou falando, a saudade é tanta que, agora, nessa hora, quero apenas guardá-lo aqui, em meu blog, como se fosse possível trancafiar a sua grandeza em algum lugar. Não dá. Não cabe. Ele é maior que as palavras.
O mundo me parece feio, hipócrita e sujo, mas quando Jhone me conta seus sonhos e pensamentos, o mundo parece ganhar algum sentido.
Se cinquenta e um por cento do mundo fosse composto de “Jhones”, Jesus Cristo não precisaria retornar a esta terra, e poderia descansar para sempre.
Entretanto, há divergências também entre a gente: por ser tão teimoso e inteligente, sugeri que estudasse até conseguir entrar no curso de medicina de Harvard, mas ele respondeu que quer ser apenas motorista de caminhão e cowboy, nos finais de semana. Suscito assim, não poderia ser outro.
Estou com muita saudade do meu pequeno, tanta que vou sair agora, da Internet, e assistir Harry Potter, nosso bruxinho favorito.

2 comentários:

Assim que eu ler o seu comentário, responderei-o imediatamente. Grato pelo carinho.