Uma professora de Educação Fundamental I, sociointeracionista,
responsável por uma classe com trinta e duas crianças, entre sete e oito anos
de idade, pediu aos seus alunos que lessem a palavra escrita na lousa:
Três quartos e meio desses alunos responderam,
unissonantes:
–
Eu não sei ler, tia.
–
Tia, não! – berrou a sábia construtivista. E após se dar conta de que havia
exagerado no tom de voz, explicou, afetivamente, como uma boa wallonionina: – É
professora, meus anjinhos. Tia – continuou ela, interagindo como uma adepta do
vygotskyanismo: – é a irmã da mamãezinha de vocês.
–
Pro – levantou, do fundo da sala, um brancinho raquítico – a letrinha do meio é
o “U” do meu nome.
–
Muito bem, Huguinho, parabéns! – exclamou a professora, que nesse momento
olhava para o restante da turma, como que vingada pela falta de “bagagem grafêmica”
daqueles que se “negaram” a ler uma palavra tão bonita quanto aquela.
Dois, de seus educandos, nada responderam: um
tinha PC (Paralisia Cerebral) e o outro era cego (mas também, por enquanto – eu
disse POR ENQUANTO! –, não sabia ler em braille). Porém, o mais extraordinário
acontecera no momento seguinte: quando um aluno, capricorniano com ascendente
em aquário, que se sentava sempre na frente – devido à sua deficiência –, falou:
–
Eu sei o que significa, professora – sua voz saíra um tanto grave demais, como
se aquilo fosse algo novo para ele, e era! E toda a sala, com um olhar de
espanto e admiração, se virou para ele (com exceção, apenas, aquele que não
enxergava). E então, em ritmo descompassado e inquieto, ele continuou: – Significa
mentira, ilusão, quimera, hipocrisia, senso comum, superstição alfabética e
jogo político. Acertei, professora?
Ora!,
ninguém sequer ousara responder a sua pergunta. Nem mesmo a professora, ou tia,
sei lá... E quem é que falaria mais alguma palavra naquele dia, depois de haver
presenciado uma cena como aquela? Afinal, o tal menino era surdo nato. SURDO
NATO, ouviu?! Mas a partir daquela hora, ele começou a falar, e a sala inteira
ficara muda, inclusive a professora – algo que nem a medicina, muito menos a
fonoaudiologia, tampouco, ainda, a psicologia (em exceção, apenas, a pedagogia)
conseguem explicar.
O
tal fenômeno foi batizado de “cura construtivista com mediação
neurofonopsicopedagógica”, e tem revolucionado várias áreas das ciências –
inclusive a grade curricular de inúmeras universidades internacionais, como
YALE, Harvard e Oxford.
Apesar
do restante da sala estar indo super mal no que concerne às competências e
habilidades em leitura e escrita, a professora continua com a aplicação de sua
abordagem miraculosa: ela já consegue ver, pelos olhos de sua fé ferreiroteberoskyana,
os seus outros dois educandos especiais curados de suas deficiências. Isso é
que visão de futuro!
Ameeei amiigo! Como sempre né?!
ResponderExcluirObrigado, Dessa. Está difícil de mudar a nossa educação, viu!
ExcluirSó Jesus Cristo na causa.
Fique na paz.