terça-feira, 28 de outubro de 2014

À "CLASSE INTELECTUAL E PRODUTIVA"


Aqueles que etnocentricamente se autoproclamaram como "classe intelectual e produtiva" são os mesmos que num discurso perpassado de ódio, poder e dominação buscam condenar os demais à ignorância e a improdutividade, posto que se há uma "classe intelectual" é porque se pressupõe que haja, também, uma "classe néscia" (em todos os sentidos da palavra: sem discernimento, desprovida de conhecimento, estúpida, ignorante, incompetente, inepta e incapaz).
Diante disso, indago: o que vocês entendem por intelectualidade? O que leem? O que escrevem? Produzem conhecimento científico reconhecido, autorizado e legitimado pelos pares-concorrentes do campo (para usar uma expressão do Bourdieu)? E, por fim, pergunto: o que difere o discurso "intelectual" de vós do discurso fascista?
O "fazer ciência", oh elite catedrática e laboriosa, pressupõe o "abandono" (pelo menos parcial) de prenoções e preconceitos, o que, no entanto, não reflete na "produção discursiva pseudocientífica" de vocês.
No que compete à figura da presidenta Dilma, recém eleita legitimamente pelo sistema democrático burguês, não lhes é pedido que a estimem muito menos que se orgulhem dela, contudo, como estamos diante de uma classe "naturalmente" intelectual, portadora de um capital cultural prestigiado e outorgado como o padrão a ser seguido, espera-se, no mínimo, ponderação, bom senso, respeito e educação. Ou é pedir demais?
Por fim, reporto-me pontualmente aos proto-burgueses (ou os que assim se veem) reacionários (desculpem-me a redundância) que estão disseminando discursos como o anexado abaixo: fascistas, fascistas não passarão!




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