segunda-feira, 5 de agosto de 2013

BIANCA

Imagine poder contar toda a sua vida a alguém. Imagine, como retribuição, poder guardar todos os segredos dessa outra pessoa, também. Agora imagine compartilhar momentos incríveis, poder experimentar muitas coisas novas, juntos: a primeira cerveja, o primeiro conhaque, a primeira vodca, o primeiro cigarro, o primeiro porre, a primeira ressaca, o primeiro beijo, a primeira noite na barraca...
"Eram namorados?", perguntarão alguns, e eu os respondo: muito mais complexo que isso...
Não sei ao certo como desenrolar este rolo: é tão complicada nossa história! Cheia de vírgulas e de enrolas. E nesse momento me pergunto: onde foi que erramos? Por que paramos? Como escrever certo se mal conseguimos juntas nossas linhas tortas?
Solidão. É assim que me sinto agora. E, sem você, estar sozinho é uma desgraça.
Neste tempo em que estamos distantes, você não sabe, mas muitas vezes desisti. De mim. Da Causa. Dos outros. Houve dias em que não tomei banho, não me alimentei como convém às pessoas saudáveis e nem escovei meus dentes. Houve dias em que não fiz outra coisa do que assistir Harry Potter e ouvir Ricky Vallen interpretando Elis Regina. Mas jamais desisti de você. Porque sem você o melhor que há em mim se desmancharia feito promessas vazias, e, se não mais existisse o seu doce, tão doce, até o Caio, na minha boca, se amargaria.
Em dias difíceis, como este, gosto de pensar em suas borboletas... Voando, por aí... À procura de um lugar mais tranquilo, onde uma leoa possa dormir sossegada nos braços de um carneiro colorido.
Não sei o que realmente aconteceu, ou o que faltou acontecer. Solidão fálica? Carência afetiva? Recusa à "sozinhez" (continuo cultivando esta palavra)? Vingança por eu ter partido? Parti?
Enumero hipóteses, traço gráficos, aplico teorias metódicas, quantifico dados empíricos... Mas a concretude, em si, não tenho obtido.
"Um pênis é um pênis", disseram-me certo dia, e o mistério, por alguns instantes, pareceu ter se resolvido. No entanto, ao debruçar-me sobre essa questão com maior afinco, toquei o intangível: que um pênis é um pênis, não posso negar, mas até que se prove o contrário, um amigo é um amigo.

2 comentários:

  1. O amor que colocas nos teus inscritos me faz transcender está marga existência em que me encontro nos último dias. E as lágrimas enchem agora os meus olhos, de orgulho e saudade de você. Uma vontade imensa de pedir ao universo um ano luz, somente para compartilharmos os últimos acontecimenros, nosso cotidiano, nossos sonhos, nossas loucuras, risos, como sempre fizemos. Menino, que vontade de te abraçar, para amenizar a ausência de afeto que as vezes nos toma...que vontade de te ouvir, ver estes teus olhos brilhantes, castanhos e fortes. Como amo você...

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