Para Thauane Rocha e José Brendo, com todo amor.
Os pós-modernos estão certos. Digo isto porque neste momento
sou um deles. Toda racionalidade está de fora, porque somos útero e
irresponsabilidade. Minha amiga está dançando, a verdade é tão grande que o
pensamento a me tirou. Faço poema como aprendi a fazer vida, vivendo. “Preciso de
mais água”, falou-me, esquecendo-se que de água precisamos todos nós. O
corretor ortográfico corrige a palavra: graças a ele todo um século está salvo
e livre de pesquisas inúteis. Uma palavra, mil significados. Onde há gente que
fala a mesma língua? Escrevi um milênio e ninguém notou. Foda-se: a eternidade
é relativa. Pessoas dançam à minha frente, mais pedidas do que eu, e um boy bem lindinho toma sua Catuaba
olhando pra mim. A sexualidade permanece e eu já não estou mais aqui. O
inconsciente é lindo, mas cheira a loucura, porque não se passa no tempo certo.
Minha amiga permanece conversando. Meu
outro amigo reaparece. A loucura é palpável!
Estou mais ciente, mas os significados ainda me falham. Fumei. Cheiro a
cigarros. As pessoas dançam. Séculos e séculos dançam os
pavões... Darwin tinha razão. Isso tudo
era pra ser uma retrospectiva e eu só consigo falar do agora. Era pra ser um
conto, mas perdi as contas. Um conto de alguém que fumou e bebeu. Bebi nada,
a bebida é quem me lambeu. Uma segunda leitura da vida, é só o que peço, para
que tudo permaneça como está. A vida é bonita; parada, mais linda ainda.
Registro tudo isso porque quero prendê-la. Já que me prendeu neste corpo, que sofra do mesmo mal, ficando presa aqui, sim. Lembro-me de Ana C, e
aqui coloco o ponto final: fim.
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