É inegável que qualquer protesto ou
manifestação se inicia com palavras, mas palavras, embora objetivas, são essencialmente
abstratas, e só o concreto é capaz de desenvolver uma revolução.
Com palavras se conscientiza a massa
e até mesmo a aliena, mas é por meio da ação que o povo conscientizado e unido
ganha força, mesmo quando há repressão.
Se há repressão, por sua vez, é
porque foi tocada, mesmo que de leve, a base que mantém a sociedade dividida em
classes, e só a unidade classista é capaz de nos trazer a tão sonhada justiça.
Ser justo, por seu tempo, compreende
não apenas o respeito com o chamado “patrimônio público”, mas, acima de tudo, jamais
se calar diante da opressão.
Não se calar, por seu turno, não corresponde
simplesmente ao ato de silenciar-se, mas, sobretudo, gritar por meio da ação.
Agir, por sua vez, não se restringe à
ação de indignar-se em redes sociais, tampouco postar frases prontas de autores
que a maior parte das vezes pouco se conhece. Na verdade, sou totalmente a
favor dos que quebram o silêncio e denunciam as explorações do capital, mas, assim
como sombras são sombras – como nos mostra Platão, em A República –, as palavras, por si mesmas, são também apenas
palavras, embora possam desencadear ações.
Portanto, mais importante do que
falar, citar, postar, compartilhar, curtir, divulgar, cantarolar..., é agir – e
agir não de maneira passional e irracionalista, mas com responsabilidade e
respeito aos interesses do povo, que está acima de objetivos partidários, faccionais
e de grupos elitizados.
Como nos diz Brecht, os que lutam um
dia são bons e os que lutam muitos anos são melhores ainda, porém os imprescindíveis
são os que lutam por toda a vida.
Assim, convido a todos os que
compartilham desta mesma ideia a irem segunda-feira, dia 17 de junho de 2013, à
“Manifestação dos 20 centavos” (como
assim prefiro chamar), porque ficar em casa assistindo Malhação é um sinal patológico de acomodação.
Como nos diz João do Rio, “a rua é um
fator da vida das cidades, a rua tem alma!”, assim, chamo a todos para irem às
ruas, porque nelas podemos mostrar, de fato, quantos somos. Saiamos da caverna,
meu povo, deixem de lado a Seleção, o
Amistoso, o Facebook e a televisão.
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