segunda-feira, 15 de abril de 2013

FÉRIAS

Às quatro e vinte da madrugada de hoje, três minutos antes do clímax que deixou minha mão pegajosa e molhada, eu descobri uma verdade absurda, quase que grotesca, dentro de mim.
Eu havia acabado de despertar de mais um sonho rotineiro, quando, de repente, antes mesmo de eu dar corda aos meus devaneios de rapaz solteiro, pensei assim: “homens como ele não se casam: firmam contratos sociais e tiram férias de si mesmos”.
A princípio não dei nenhuma importância a tal verdade absurda, afinal nada me pareceu ser além de uma simples frase, diria até que um agregado de palavras que no fundo, no fundo não passam de míseros grafemas e fonemas. No entanto, essas mesmas míseras unidades gráficas e sonoras, quando contextualizadas, fazem emergir em mim um punhado de emoções ilusoriamente recalcadas. E é por causa delas que aqui me encontro novamente: escrevendo para espantar as emoções que insistem em me perseguir. Escrevo para tentar, inutilmente e mais uma vez, afastá-las de mim. Escrever foi a maneira que encontrei para preencher o rombo que ficou depois que ele se foi.
O que me conforta, porém, é saber que homens como ele não se casam, apenas, como eu já disse, tiram férias de si próprios.
Boas férias!

2 comentários:

  1. Viva a esquizofrenia!!!adorei querido!!!

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    1. Obrigado, Jô.
      Saudades de você, menina linda. Jamais esquecerei de sua coragem chamando o policial de "fascista", risos, você é demais!
      Beijos...

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Assim que eu ler o seu comentário, responderei-o imediatamente. Grato pelo carinho.